O crescimento das áreas urbanizadas no Brasil tem se dado de forma acelerada e, na maioria dos casos, sem o devido enfoque em questões referentes à drenagem urbana e delimitação de áreas previstas para enchentes e inundações como balizadores do planejamento urbano.Dessa forma, têm sido crescentes os registros de danos e prejuízos ocasionados por inundações em cidades que margeiam cursos d’água. Como forma de estimular a realocação de habitações situadas em áreas ribeirinhas frequentemente afetadas por inundações, o Governo Federal emitiu a Portaria Interministerial (Ministério da Integração Nacional/Ministério das Cidades) 01-2013.Conforme dispõe este normativo, nos casos de eventos de inundações com situação de emergência reconhecida pelo Governo Federal, o município deve encaminhar mapa com a delimitação das áreas afetadas para inundações com diferentes tempos de recorrência. Esse documento, juntamente com outros são necessários para que o município possa obter apoio financeiro do governo federal para realocação de casas atingidas pelo evento. Contudo, desde a emissão do citado normativo tem se observado uma grande dificuldade das municipalidades em apresentar os referidos estudos, principalmente, por limitações técnicas operacionais e carência de recursos. Dessa forma, o presente trabalho apresenta um estudo de caso no município de Uruguaiana-RS, em um trecho do rio Uruguai, que é frequentemente afetado por inundações. O estudo emprega dados topográficos gratuitos obtidos a partir de imagens SRTM, dados hidrométricos gratuitos do banco de dados da Agência Nacional de Águas-ANA e emprega o modelo hidráulico gratuito HEC-RAS, do Corpo de Engenheiros do Exército Norte Americano. Como resultados, são apresentadas as manchas de inundação associadas a vazões com diferentes tempos de recorrência.